O "porque" da discussão.
Através destes "grandes veículos" de comunicação jamais entenderemos o conflito entre Israelenses e Palestinos ou qualquer outra "coisa" que seja, salvo se a verdade não "incomoda" a algum ser supremo ou está corroborando com interesses de poucos. Estamos experimentados a globalização o que nos remete a um bombardeiro de notícias. E mais do que tudo nós precisamos ter senso crítico aguçado, analisar todas as perspectivas, tentar ler nas entre linhas e entender o que determinada mídia ganha ou perde por noticias que induzem um julgamento tendencioso.
Motivado por "estas e outras", estudei diversas fontes, noticiários, revistas, jornais, pesquisas e estudos feitos por autoridades no tema, e resolvi compartilhar meu entendimento sobre o assunto, e quem sabe, se algum simpatizante, ou conhecedor da história queira juntar-se e expressar suas opiniões, criticar ou apontar falhas. Fique a vontade.
Origem.
Existem muitos estudos sobre o povo Hebreu, que deu origem aos Judeus ou de Israelitas (embora os estudiosos, como Antonius Gunneweg, compreende que Israel só se forma na palestina, assim sendo, não existia israelitas no Egito). Segundo alguns estudos sugerem, eles eram nômades, que não se submetiam a centralização do poder como hoje conhecemos como Estado e sim as lideranças de seus pequenos grupo ou tribos.
“O Israel primitivo era um agrupamento de povos cananeus rebeldes e dissidentes, que lentamente se ajuntavam e se firmavam caracterizando-se por uma forma antiestatal de organização social com liderança descentralizada. Esse se desligar da forma de organização social da cidade-estado tomou a forma de um movimento de 'retribalização' entre agricultores e pastores organizados em famílias ampliadas economicamente auto-suficientes com acesso igual aos recursos básicos.”
Norman Gottwald, em 1979.
Com tudo, é importante ressaltar que os pesquisadores que usam dos fatos bíblicos para apoiar suas teses explicam que textos não bíblicos ou sem cunho religioso como as tabuinhas do Médio Eufrates, de Nuzi e Tel el-Amarna, corroboram para fortalecer a bíblia como uma fonte segura. Particularmente, acredito que os textos bíblicos sofreram algum tipo de manipulação, indução, ocultação ou qualquer outro fato que distorça sua idéia, contexto e objetivo. Mas com muita propriedade os autores a seguir observam:
É um erro pôr uma questão sobre a verdade onde os autores bíblicos não a puseram. Eles querem, sem dúvida, dar testemunho sobre o que aconteceu; mas não lhes interessa registrar simplesmente um fato e transmiti-lo por si mesmo. Josef Schreiner
A uma distância de dois mil anos ou mais, pode parecer impossível decidir o que um autor pretendia, e irrelevante aplicar à sua obra nossas idéias modernas de verdade e falsidade. Discordo. Os israelitas não tinham uma teoria da verdade, mas seria condescendente presumir que um povo préfilosófico não pudesse se preocupar com os indícios ou em saber se algo era verdadeiro ou falso. Robin Lane Fox
Concluindo e fazendo minhas as palavras de um texto "anônimo" sobre a autenticidade dos textos bíblicos e não bíblicos, digo: Frente a isso, entende-se que um texto pode não ser fiel aos fatos que narra; contudo, fornece indícios e informações significativas sobre o seu contexto de produção. Portanto, auxilia a descrever a cultura e sociedade do povo que o produziu.
Não sei se em decorrência desse interminável conflito motiva, sobretudo, de a História de Israel estar recebendo profunda revisão na atualidade. Com o pressuposto de que Israel é o “povo escolhido por Deus”, como também "da terra prometida", fez da bíblia o centro da maior parte das pesquisas e estudos sobre o povo hebreu, o povo de Moisés. Atualmente, contradizendo em parte o que foi dito acima, questiona-se o uso da Bíblia como fonte histórica; porém, ainda mais alarmante (aliás, diga-se de passagem, não tenho a mínima noção se para o bem ou para mal), questiona-se a possibilidade de se “fazer” a história de Israel. O uso dos escritos do velho testamento tem sido amplamente questionado. De outra parte, as evidências arqueológicas e extra-bíblicas crescem em importância. Em consonância, o termo “História de Israel” está sendo combatido. Propõe-se em seu lugar uma “História do Levante” ou “História da Síria/Palestina”.
Segundo meu entendimento, após leitura dos resultados de pesquisas e diversos estudos sobre a origem dos Judeus, que em determinado espaço do tempo, em torno de 2000a.C., e ainda, segundo o Antigo Testamento, Moisés liberta os Hebreus do Egito e os guia através do Sinal - ali algumas tribos nômades se juntam a eles - para conduzi-los à “Terra Prometida”, Canaã, que hoje conhecemos como Palestina. Havia diferentes motivações, organizações sócio-cultural, ideais, princípios e religiosidades entre Judeus e os povos ali já existentes (Madianitas, Moabitas, Filisteus e outros) tornando o convívio e a coexistência dos povos insustentável, sendo essas manifestações de repúdio desde os primeiros momentos da chegada dos Judeus que se destacavam pela indiferença as lideranças centralizadas e organizadas dentro dos aglomerados complexos de cidades existentes na época. Para liderar os Hebreus era necessário ser um dos seus, ter o mesmo sangue, ideologia e uma mesma crença, portanto tendo uma liderança religiosa e descentralizada, onde cada grupo ou tribo havia o seu líder, o que inviabilizou esse povo a uma boa relação sócio-econômica com seus vizinhos e principalmente uma miscigenação desses povos, características vivas até hoje. Em vista disso, houve uma exclusão dos Judeus na sociedade organizada cananéias causando uma revolta camponesa dos Judes, um movimento uniu todas as tribos para um confronto e domínio das cidades cananéias. Acrescente também o fato de muitos serem pastores nômades e não se apegarem a idéia de se fixarem em uma terra, ou por estarem sempre atrás de melhores condições de vida e busca de alimentos ou por sofrerem infinitas invasões e ataques de outros povos, como também conquistas, causando as dispersões dos Judeus pelo mundo.
Dispersão dos judeus pelo mundo.
A primeira diáspora inicia-se em 586a.C., quando o imperador babilônico Nabucodonosor II invade Jerusalém e deporta os judeus para a Babilônia. Apesar da libertação de Jerusalém pelo imperador persa Ciro I em 539a.C., apenas uma parte dos judeus retorna para lá. A maioria opta por permanecer na Babilônia e alguns migram para vários países do Oriente. O segundo momento da diáspora acontece no ano 70, com a destruição de Jerusalém pelo filho do imperador romano Vespasiano, Tito – prefeito da guarda pretoriana. A partir desse momento, os judeus dirigem-se a diversos países da Ásia Menor e do sul da Europa, formando comunidades que mantêm a religião e os hábitos culturais judaicos.
“Mais de meio milhão de soldados judeus perderam a vida e 985 aldeias foram destruídas no decurso dessa revolta, a mais longa e dura que o Império Romano teve de enfrentar. Após a vitória, Roma empenhou-se em apagar todos os vestígios de identidade judaica na Terra de Israel. Chegou mesmo a desbatizar esta última e atribuir-lhe o nome de Falastina – Palestina –, enquanto Jerusalém, totalmente arrasada, era denominada Aelia Capitolina”. Claude Franck e Michel Herszikowicz
A partir desse momento os romanos perseguem Cristãos e Judeus até o ano de 312. Quando, em 325, o cristianismo torna-se religião oficial dos romanos, os Judeus passam a ser alvos isolados de profundas e ainda mais severas discriminações. Sem o apoio do Estado Romano, como os Cristãos, os Judeus se dispersaram por diversos continentes, formando verdadeiras comunidades fechadas, os conhecidos guetos, com suas leis, tribunais, costumes e vida social com uma econômica voltada aos seus ideais.
Vamos concordar que a discriminação, ou segregação, era não somente a do “Povo” ou da Igreja contra os Judeus, mas também e na mesma proporção, dos próprios Judeus a aqueles diferentes dos seus. A Igreja Católica, que na época (agora já na Idade Média) se confundia com o poder do Estado, perseguiu os Judeus por toda a Europa. Contudo, por sorte, a importância da função comercial dos Judeus que em um determinado momento, nos tempos de Carlos Magno, é monopolizado de forma absoluta pelos Judeus, sendo assim, tendo eles uma espécie de trégua, amenizando mais a discriminação. Os Judeus financiavam os reinados e a nobreza e mais adiante os camponeses e pequenos comerciantes em pequenos povoados, e isso a altos juros. Fato esse que complica, deteriora ainda mais a relação entre Judeus e Povo. Com o tempo, a situação foi tomando rumos inesperados e insuportáveis e os Judeus perderam seu status de importância comercial e econômica, sendo eles agora, culpados pela miséria crescente e acusados pela Igreja, no século XII, de “semeadores de doenças”, principalmente pelo alastramento da peste negra.
Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino, fazem em seu trabalho um comentário sobre a expulsão dos Judeus da Europa:
“Marginalizados também das atividades de empréstimos, perdem de fato, toda a função econômica específica. Sua presença não parece justificada aos olhos dos governantes, que decretam sua expulsão em muitos países da Europa: Inglaterra em 1290, França em 1306, e 1394, Espanha em 1492, etc. Na Itália, os hebreus são expulsos da Sicília e da Sardenha em 1492, do reino de Nápoles no período de 1510-1541, dos Estados Pontifícios, à exceção de Roma e Ancona, em 1569 e 1593. Apenas na Alemanha e na Itália do Norte podem permanecer núcleos conspícuos de judeus”
O Prof. Dr. Reinholdo Aloysio Ullmann faz um comentário interessante sobre o alastramento da peste negra na Europa no século XIV:
“Pseudo-causas da doença foram apontadas várias: fenômenos astrológicos, ar empestado, processos de putrefação, no interior do corpo, águas de poços envenenadas por judeus. Merece um pequeno comentário o envenenamento de poços por judeus. Atribuiu-se lhes esse ato, sem fundamento algum, como culminância do ódio anti-semita, que, havia séculos, era notório na Europa, não raro como aval de pessoas de alto coturno, assim no círculo eclesiástico como do mundo profano. O boato de envenenamento começou na Aquitânia, em 1321, portanto quase três décadas antes de a peste negra invadir a Europa. Dizia-se que, naquele ano, leprosos haviam sido encarregados por judeus de lançar veneno nos poços de cristãos, para eliminá-los”. (...) acirrou-se pela Europa inteira o ódio contra os envenenadores de poços, com terríveis conseqüências: muitos judeus foram jogados vivos às fogueiras ou torturados até à morte, ou queimados vivos dentro de suas próprias casas, sem poupar velhos, mulheres e crianças.”
Já não mais encontrando sustentação em vários países da Europa, principalmente no leste europeu, os Judeus, na maioria, comerciantes e vendedores, obrigaram-se a deixar suas atividades e passaram a procurar empregos nos países que ofereciam melhores condições e possibilidades de trabalho, como Alemanha e Rússia. Mas a melhor acolhida e onde conseguiram prosperar sem grandes incômodos foram nos Estados Unidos, quando começaram a migrar em grande número a partir de 1880.
Helena Salem faz um breve comentário sobre a situação dos judeus que permaneceram no Oriente Europeu:
“Aqueles que permaneceram em seus lugares de origem se tornarão vítimas de violentas perseguições, especialmente por parte da classe média, que vê no judeu um concorrente perigoso. O anti-semitismo será um sentimento facilmente explorável pelo nascente capitalismo em crise, já que a imagem do judeu junto ao povo – forjada em séculos de atividade comercial e usuária – é a do indivíduo avaro, explorador.”
Muitos Judeus conseguiram prosperar de tal forma que chegam acumular grandes riquezas, alguns grandes bancos e outros, grandes empresas comerciais, e passaram a ajudar os que se encontravam em dificuldade econômica, política ou étnica, deslocando-os a outros países mais favoráveis ao desenvolvimento da própria raça. Mesmo a aqueles que estavam em situação estável, favorável e sem nenhuma “outra ameaça”, eram desprovidos de sentimentos patrióticos a nação que os acolheu. Para se ter uma idéia, os mais poderosos banqueiros do Império Britânico no século XIX, eram os Judeus Rothschild. Marcos Margulies, analisa bem esse sentimento:
“No Ocidente europeu, a emancipação do séc. XIX colocou-as [as massas judias] inesperadamente dentro da sociedade não judaica, caracterizada por profundos sentimentos nacionais. Estes eram alheios aos judeus que, excluídos então dos corpos nacionais, não podiam deles compartilhar. Engendra-se, assim, um novo conflito entre ambos os grupos. Por outro lado, no Oriente europeu, continuavam em vigor as medidas da opressão. De ambos os lados, pois, os judeus haviam de procurar soluções imediatas e viáveis para a sua situação peculiar”
Movimento Sionista
Foi observado por alguns historiadores e estudiosos que existem alguns significados diferentes ou propósitos para o termo “movimento sionista”, dependendo apenas da perspectiva, época e local de quem observa. Mas todos eles, tanto de cunho político, religioso, filantrópico, messiânico, prático ou espiritual se referem a origem da palavra “sionista”, a Sion, uma colina de Jerusalém onde foi construído o primeiro templo Judeu. Simbolizando assim a “terra prometida”. No modo geral o termo seria um conjunto de idéias que devolvessem aos Judeus a terra prometida ou simplesmente que possibilitem o seu retorno.
O movimento sionista foi extremamente difundido pelo povo Judeu, e levado tão a sério a ponto de ser discutido
Para realizar este objetivo, a Organização tem em vista os métodos que seguem: 1.º Encorajamento da colonização na Palestina por agricultores, camponeses e artesãos; 2.º Organização do conjunto do judaísmo em corpos constituídos ao plano local e geral, de acordo com as leis dos respectivos países; 3.º Reforço do sentimento nacional judaico e da consciência nacional; 4.º Aplicação dos meios necessários para obter o consentimento dos governos susceptíveis de favorecer a realização dos objetivos do sionismo”.
Os Judeus põem em prática o movimento sionista. O movimento optou pela aquisição de terras na palestina, ocorrendo então uma intensa migração de judeus para essa região. Na época, século XIX, a região já era dominada por grandes potências industriais. Dessa forma, os palestinos foram sendo pressionados a deixar suas terras, pois não tinham como competir com os maciços investimentos de judeus espalhados pelo mundo inteiro. Sentindo-se ameaçados, os Judeus contratam grupos armados para protegerem seus “kibutz”, grandes colônias de fazendas agrícolas, o que provocavam mais ainda um clima tenso na região.
A pressão dos Judeus foram tão forte que conseguiram apoio da Grã-Bretania, que ofereceram a Uganda para a formação de uma nação Judia. Negado a principio pelos Judeus, mas acabaram cedendo e aceitando a oferta. Mas a segunda guerra mundial atrapalhou a realização do acordo. Fale ressaltar que os árabes conquistaram a Palestina em 637. Conquista como qualquer outra, inclusive, como ato de valorização e validação, os árabes se misturaram aos habitantes originais da Palestina para constituir o “povo árabe da Palestina”, em referência a sua língua, sua cultura, sua história e suas aspirações. Como alguém já disse: “O Povo Árabe da Palestina possui tanto direito sobre a Palestina como dos Americanos têm sobre a América.”
Após a II Guerra Mundial o movimento sionista toma fôlego, principalmente com o Holocausto, o extermínio de seis milhões de judeus em campos de concentrações alemãs, e com pressões da ex União Soviética (avessos a presença e a influência inglesa na região) que defendia junto a ONU (Organizações das Nações Unidas) a divisão da Palestina para Judeus e Arábes.
Os ingleses colonizavam uma boa parte do Oriente Médio depois da primeira guerra. Com a derrubada do Império Otomano os ingleses para conseguirem vantagens faziam acordos com lideranças árabes prometendo um estado árabe unido e independente do antigo território Otomano e ao mesmo tempo acordos secretos com franceses e russos prometendo a partilha dos mesmos territórios árabes. Sem falar na descoberta de imensos poços de petróleo aumentando a ganância do mundo naquela região.
Em
Para os Judeus a diáspora termina em 1948, com a criação do Estado de Israel. Atualmente, os judeus se concentram, em sua maior parte, nos Estados Unidos e
No ano seguinte, com a retirada das tropas britânicas da região - que estava totalmente fragilizada pela guerra e não podia mais conter a violência na região e entrega-a a ONU - a Liga Árabe (Egito, Iraque, Líbano e Jordânia) atacaram Israel. A guerra durou até janeiro de 1949, quando Israel, com o apoio dos EUA, ocupou toda a galiléia e o deserto de Negeu. Os tratados de guerra fixaram novas fronteiras para os palestinos e o Estado Árabe ficou sob o controle da Jordânia e do Egito.
Processo de colonização sionista
Obs: Por favor aguarde o restante nos próximos dias.
Por Roberto Ramos
Um comentário:
A grande maioria do povo palestino não quer saber de guerras, ainda mais com Israel, que é o grande gigante daquelas bandas do Oriente Médio. Por outro lado, só acho que os palestinos pecam por abrigarem, apoiarem e até deixarem-se governar por essa horda de guerrilheiros profissionais que tomaram conta do poder na Faixa de Gaza. Com isso, eles são inocentemente levados à guerra e à morte sem terem nada a ver com essas fustigações constantes dos guerrilheiros do Hamas contra Israel. Finalizando, quero apenas dizer mais que esses guerrilheiros, além de fanáticos, são também burros e masoquistas, pois suas bombinhas, além de matarem ou ferirem apenas meia dúzia de judeus, conseguem irritar profundamente os competentíssimos soldados israelenses que, preparados e bem armados como são, ficam só aguardando à hora de revidar e matar centenas e centenas de idiotas que gostam de procurar encrencas. Pena que esses idiotas, por serem tão covardes, arrastam consigo tantos civis inocentes, e até mesmo crianças e velhos que as balas e os mísseis israelenses não conseguem identificar e separar. Um abraço.
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